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quinta-feira, 24 de maio de 2012

50 ANOS DO CONCÍLIO VATICANO II

50 ANOS DO CONCÍLIO VATICANO II

Aproxima-se o jubileu do maior concílio ecumênico da história da Igreja Católica, O Concílio Vaticano II, que deu uma nova luz a Igreja Católica. Foi no dia 25 de dezembro de 1961 que o então Papa João XXIII convocava o concílio através da bula papal HumanaeSalutis e em uma Carta Apostólica de 2 de fevereiro de 1962 estabelece o inicio deste concílio ou inauguração  para o dia 11 de outubro de 1962  que terminariam somente no dia 08 de dezembro de 1965. O beato João XXIII, que faleceu no dia 3 de junho de 1963, não pode encerrar o seu trabalhoque foi feito pelo seu sucessor, o Papa Paulo VI. Este Concílio teve a participação de 2540 padres conciliares ou prelados um número muito expressivo para a história da Igreja.
Foram 4 anos longos anos de trabalho que resultou em 4 constituições, 9 decretos e 3 declarações elaboradas e aprovadas pelo Concílio.
Constituições 
  • Dei Verbum - Constituição dogmática sobre a divina revelação
  • Lumen Gentium - Constituição dogmática sobre a igreja
  • SacrosanctumConcilium - Constituição sobre a sagrada liturgia
  • GaudiumetSpes - Constituição pastoral sobre a igreja no mundo de hoje
Declarações 
  • GravissimumEducationis - Declaração sobre a educação Cristã
  • NostraAetate - Declaração sobre as relações da igreja com as religiões não cristãs.
  • DignitatisHumanae - Declaração sobre a liberdade religiosa
Decretos 
  • Ad Gentes - Decreto sobre a atividade missionária da Igreja
  • PresbyterorumOrdinis - Decreto sobre o ministério e a vida dos presbíteros
  • ApostolicamActuositatem - Decreto sobre o apostolado dos leigos
  • OptatamTotius - Decreto sobre a formação sacerdotal
  • PerfectaeCaritatis - Decreto sobre a conveniente renovação da vida religiosa
  • Christus Dominus - Decreto sobre o múnus pastoral dos bispos
  • UnitatisRedintegratio - Decreto sobre o ecumenismo
  • OrientaliumEcclesiarum - Decreto sobre as Igrejas católicas orientais
  • Inter Mirifica - Decreto sobre os meios de comunicação social 
O Concílio não tinha o objetivo de condenar erros, heresias ou de estabelecer novos dogmas. O desejo do Concílio era de atualizar a Igreja, colocar em evidencia a missão apostólica e pastoral da Igreja, de apresentar o precioso deposito da doutrina cristã, para torná-la acessível a todos os fieis. O Concílio trabalhou o apostolado dos leigos, a liberdade e tolerância religiosa diante de outras Igrejas cristãs e religiões não cristãs, o ecumenismo, a liturgia, ministério/vida/formação dos presbíteros, a revelação divina, a ação missionária, etc. Os conceitos de renovação, diálogo e participação são fundamentais para a compreensão do Vaticano II.
Em 1995, o Papa João Paulo II, o classificou de “um momento de reflexão global da Igreja sobre si mesma e sobre as suas relações com o mundo”.
Mas uma questão que não deixa de bater na minha cabeça como estudante de Teologia (4º período) na Faculdade Católica de Uberlândia, é se os objetivos foram atingidos com a justa interpretação e aplicação de seus documentos. Alguns estudiosos afirmam que estamos longe de cumprir o que foi elaborado, outros de que o Concílio não foi bem interpretado, mas a grande maioria afirma que sim e que se encontra ainda em andamento, cresce a sua luz ainda nos dias atuais e, portanto vem atingindo seu objetivo mesmo que a passos lentos.
 No discurso de encerramento do Concílio o Papa Paulo VI afirmou: "as orientações para aquela renovação de pensamentos, de atividades, de costumes, e de força moral, de alegria e de esperança, que foi o objetivo do Concílio”.
Josef Ratzinger, ainda jovem teólogo, acompanhou como perito seu bispo, o cardeal de Munique, nos trabalhos conciliares. Hoje, nas responsabilidades de papa, ele tem repetido, com João Paulo II, que o Concílio não perdeu sua atualidade e continua, qual bússola, a indicar, de maneira segura, os rumos para a Igreja no século XXI.
Em 2005, o Papa Bento XVI, que na época era um jovem teólogo, participou deste Concilio como perito acompanhando o seu Bispo, o Cardeal de Munique. Bento XVI defendeu a mesma ideia de seu predecessor dizendo: “Quarenta anos depois do Concílio podemos realçar que o positivo é muito maior e mais vivo do que não podia parecer na agitação por volta do ano de 1968. Hoje vemos que a boa semente, mesmo desenvolvendo-se lentamente, cresce e cresce também assim a nossa profunda gratidão pela obra realizada pelo Concílio. [...] Assim podemos hoje, com gratidão, dirigir o nosso olhar ao Concílio Vaticano II: se o lemos e recebemos guiados por uma justa hermenêutica, ele pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a sempre necessária renovação da Igreja”.
É de fundamental importância uma autentica recepção e obediência plena aos documentos, cabe a toda a Igreja (ao clero, religiosos, consagrados e leigos) o esforço para que se cumpra. Saberemos encontrar na oração, no estudo e na leitura, a força necessária para transformar em realidade este Concílio.

Heriberto Hugo F. Blanco
Aluno do curso de Teologia pela Faculdade Católica de Uberlândia